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Casas para Famílias Modestas na Cruz da Picada, Évora

O projeto de Casas para Famílias Modestas na Cruz da Picada (Évora) corresponde a um bloco de habitação multifamiliar promovido pela Câmara Municipal de Évora e projetado pela sua Repartição Técnica. A sua construção, justificada pela falta de habitação de renda barata, deu-se ao abrigo do programa do VIII Centenário da Reconquista Cristã da Cidade de Évora. O projeto é datado de maio de 1966 e em meados de 1970 o prédio, composto por oito fogos de tipologia T1, já estava habitado.    

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Notas

Análisis Compuesta de Forma, Función y Relación con el Contexto

Este bloco de habitação coletiva foi construído na segunda metade da década de 1960, no gaveto formado entre a Rua da Seara e a Rua das Traseiras, fazendo parte dos terrenos da Quinta da Cruz da Picada, mais tarde urbanizados pelo Fundo de Fomento da Habitação (FFH). É constituído por dois andares com quatro fogos iguais cada um, de tipologia T1, dispostos de forma simétrica e acedidos a partir de um átrio / escada central. O tipo de fogo utilizado pode considerar-se uma versão muito simplificada da tipologia de blocos de habitação longilíneos com quatro fogos simétricos, como se pode observar, por exemplo, no conjunto de habitação coletiva da Rua Dom Rodrigo da Cunha em Lisboa (1949), da autoria do arquiteto Joaquim Ferreira (1911-1966) e incluído no plano do Bairro de Alvalade.

Em planta, o projeto de Évora apresenta-se como um longo retângulo, medindo 22,5m por 8,10m. A ausência de quaisquer aberturas nos alçados de topo (virados a Norte e a Sul) significa que cada fogo tem apenas uma frente dotada de iluminação e ventilação naturais. O bloco dispõe de uma única entrada, no alçado poente, virada para a Rua da Seara. Os apartamentos acedem-se a partir de um átrio localizado no centro da planta, onde convergem a entrada do bloco, as portas de acesso aos fogos e a escada que une os dois pisos.

Cada fogo divide-se em três zonas – que ocupam sensivelmente a mesma área – hierarquizadas a partir da entrada do apartamento: a ‘casa de jantar’ (na prática uma sala comum, c. 12,2m2); a área central que inclui circulação, instalação sanitária (I.S.), cozinha e ‘alpendre’ (uma pequena varanda interior para secagem de roupas, acessível a partir da cozinha, iluminando e ventilando também a I.S.); e, na extremidade do fogo, o quarto (c. 10,5m2).

Os alçados – bastante simples e com pormenores estilizados, evidenciando-se a sua simetria e as aberturas de dimensão relativamente generosa – remetem vagamente, no seu desenho, para a arquitectura residencial de promoção pública dos programas de habitação coletiva realizados pelo Estado a partir da segunda metade da década de 1940, especialmente os bairros realizados ao abrigo do programa de Casas de Renda Económica (CRE), realizados na maioria das capitais de distrito, entre outras localidades.

O projeto previu a utilização, em parte, de sistemas construtivos habituais na região, pelo que não se optou pela estrutura total em betão armado. A função estrutural é assim assumida pelas paredes exteriores e pelas paredes divisórias, ambas constituídas por tijolo lambaz (tijolo maciço), assente a uma vez e a meia vez, respetivamente. As fundações são de alvenaria de pedra e argamassa ordinária, os pavimentos do rés-do-chão assentam sobre massame de betão apoiado diretamente no terreno, e os do primeiro andar sobre lajes de betão armado com elementos pré-esforçados. A cobertura é de telha nacional dupla assente sobre estrutura de vigas e ripas de betão armado pré-esforçado.

Os materiais de acabamento podem resumir-se da seguinte forma: pavimentos em mosaico hidráulico vermelho em todas as divisões exceto nas salas e quartos (em tacos de pinho de 2.ª qualidade, assentes com cola); degraus e paredes da entrada e escada (até meia altura) em marmorite polida; paredes exteriores rebocadas com argamassa de cimento e areia, caiadas a branco, tal como as paredes interiores e os tetos; paredes das cozinhas e I.S. com azulejo branco de 2.ª escolha, até meia altura; portas exteriores e caixilhos em pinho de 1.ª qualidade, para pintar; portas interiores de ‘Placarol’ ou semelhante, também para pintar. As peças sanitárias escolhidas foram de 2.ª escolha, e a instalação elétrica seria muito simples, limitando-se a uma lâmpada em cada divisão e duas tomadas de corrente em cada apartamento.

Este edifício apresenta-se na paisagem urbana extramuros de Évora como um elemento algo isolado, não pertencendo, aparente e efetivamente, a nenhum dos projetos urbanos de média ou grande dimensão que estruturaram esta zona da cidade – tais como o empreendimento do FFH da Cruz da Picada ou o Bairro da Malagueira –, nem à mancha de habitação de promoção privada do Bairro de Santa Maria, também próximo. Ligeiras alterações (como o fecho dos ‘alpendres’, entre outras) não modificaram o seu aspeto essencialmente sóbrio e despojado.

Momentos-clave (clique abajo para más detalle)

Fecha de Conclusión
c. 1966-1970
Actividades

Ubicación

Comunidad
Sitio
Cruz da Picada
Morada
Rua da Seara, n.º4, Évora
Distrito Histórico (PT)
ÉvoraDistrito Histórico (PT)
Contexto
UrbanoContexto

Estado y Utilización

Estado
ConstruidoEstado del Edifício o Conjunto

A informação constante desta página foi coligida por João Cardim, em março de 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.

Para citar este trabajo:

Arquitectura Aqui (2024) Casas para Famílias Modestas na Cruz da Picada, Évora. Accedido en 21/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/edificios-y-conjuntos/18523/casas-para-familias-modestas-na-cruz-da-picada-evora

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).