Centro Cívico, CovilhãNovo Edifício dos Correios, Telégrafos e Telefones (CTT), Covilhã
Em setembro de 1972, o arquiteto Carlos Manuel Oliveira Ramos apresentou a Memória Descritiva do projeto para o arranjo do centro cívico da Covilhã, que inclui a construção de um hotel. Justifica a pertinência da obra "pela existência de uma vasta zona susceptível de ser remodelada, cremos existirem todas as possibilidades de reforma de seu centro, localizando aí um vasto complexo que virá dar satisfação a um vasto setor da sua população e vitalizar e disciplinar as atividades nessa zona central." Além do hotel em si, concebido como uma torre de 12 pavimentos sobre um embasamento de 5 pisos a construir na porção nascente dos terrenos libertos pela demolição das construções adjacentes à Igreja da Misericórdia e à Praça do Município, "a existência deste equipamento permite, independentemente dos ramos de atividade que poderão aí fixar-se a existência de outras fontes de rendimento que poderão vir a compensar a instalação de uma unidade hoteleira com a categoria que se prevê". O conjunto integra instalações para os serviços postais e obras sociais dos Correios, Telégrafos e Telefones, que foi projetado pelo arquiteto António Sousa Mendes.
Ao longo dos anos 1970, o projeto do Centro Cívico da Covilhã foi revisto e alterado várias vezes, enquanto a Câmara Municipal da Covilhã empenhava-se em expropriar e demolir os edifícios existentes no terreno onde foi construído o conjunto de edifícios. Em Janeiro de 1981 o arquiteto Carlos Oliveira Ramos formalizou junto ao Presidente da CMC a entrega do "estudo de viabilidade económica de um Hotel de 3 estrelas a integrar no projeto" do Centro Cívico da Covilhã. No estudo, o arquiteto Carlos Oliveira Ramos defende a demolição da Igreja da Misericórdia para dar lugar a um largo destinado a estacionamentos que faria parte deste Centro Cívico, o que acabou por não acontecer. O conjunto de edifícios foi construído com a participação financeira dos CTT, do Banco Nacional Ultramarino e das companhias de seguros Fidelidade e Aliança, que previam ali instalar sua representação local e arrendar o espaço restante para "arrendamento comercial".
A torre destinada ao hotel acabou por nunca ser realizada, uma vez que o seu gabarito ultrapassava o das construções existentes, o que acabou por gerar alguma reação local e obrigar o arquiteto a rever o projeto e restringir a altura das edificações propostas.
Notas
Os edifícios geminados com acesso independente por galeria construídos nas imediações da Igreja da Misericórdia, na Praça do Pelourinho, formam um único bloco, construído sobre um embasamento utilizado como centro comercial e estacionamento. O bloco destinado aos CTT tem expressão diferente dos demais, ainda que integre o mesmo conjunto, por ter sido projetado por um arquiteto diferente daquele que elaborou o plano do conjunto.
Ainda que pouco mais de três décadas separem a construção do Centro Cívico da Covilhã dos demais edifícios que compõe a Praça do Pelourinho como os Paços do Concelho, o Teatro-Cine, o edifício dos CTT e a agência da Caixa Geral de Depósitos, esta última peça do conjunto destoa bastante dos edifícios construídos na década de 1940 em termos de expressão arquitetónica. Trata-se portanto de uma realização que introduz alguma dissonância no "uníssono a quatro vozes" referido por Joana Brites (2009).
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Ubicación
Praça do Município
Estado y Utilización
A informação constante desta página foi redigida por Diego Inglez de Souza, em Setembro de 2023, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.
Para citar este trabajo:
Arquitectura Aqui (2024) Centro Cívico, Covilhã. Accedido en 21/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/edificios-y-conjuntos/18581/centro-civico-covilha