Posto de Turismo, Castro MarimMercado Municipal, Castro MarimMercado Local, Castro Marim
Em 1946, havia sido incluída, no Plano de Melhoramentos Urbanos do referido ano, a construção de um mercado na Vila de Castro Marim nos termos do decreto-lei n.º 21.699, de 19 setembro 1932.
A 22 de fevereiro de 1946, a câmara presidida por José Glória Pacheco remete à Repartição dos Melhoramentos Urbanos (RMU) da Direção-Geral dos Serviços de Urbanização (DGSU) para apreciação o projeto de arquitetura, da autoria do agente técnico de engenharia Manuel Paiva Chaves. Foram então encaminhados exemplares do projeto para recolher de diversas entidades os respetivos pareceres sobre as matérias que fossem da competência de cada uma.
Quando finalmente, em 1949, é publicada a portaria de comparticipação do Estado que desbloqueia 40% do custo da obra, esta não avança por dificuldades financeira da câmara, que não consegue do Ministério das Finanças autorização para contrair o empréstimo necessário para a sua execução, resultando na anulação da comparticipação, em meados de 1950.
Na sequência de uma visita do Ministro das Obras Públicas ao Algarve, este determinada que se elabore nos serviços da DGSU novo projeto que apresente uma solução mais económica para a construção do mercado municipal de Castro Marim, por forma a permite a câmara municipal conseguir suportar o valor que lhe compete na execução da obra.
Na sequência da troca de correspondência sobre o assunto, e sem que os intervenientes se apercebam, RMU em Lisboa e Direção de Urbanização de Faro, no Algarve, dão início ao novo estudo, acabando por prevalecer o projeto elaborado sobre supervisão de Pessanha Viegas nos serviços da direção externa por responder às indicações dadas pela entidade comparticipada.
Nova ronda de pareceres sobre o novo projeto arrastam o início da obra para data incerta e fazem, edilidade e habitantes, pensar se algum dia verão ser construído o tão ambicionado mercado. Orçamentado em 190.000$00 esc., reduziram-se o número de bancadas de venda (de 32 para 20 unidades) e subsistiu-se a cobertura em laje de betão armado por telhado de quatro águas, reduzindo o custo da obra em cerca de 50 contos.
Quando em dezembro de 1950 é publicada nova a portaria de comparticipação novo problema se avizinha. No concurso público realizado pela câmara em janeiro do ano seguinte, apenas surge uma proposta muito acima do valor base de licitação. Temendo que uma nova praça prejudique o desenrolar do processo, pela demora que a mesma possa significar no aumento dos preços dos materiais de construção, inviabilizando uma vez mais a obra, a câmara faz saber que convidou o empreiteiro Eduardo Pinto Contreiras a apresentar uma proposta, em termos oficiais, para a construção do mercado. A periférica localização da vila e a sua precária situação económica terão pesado na decisão de aprovar prontamente a iniciativa que a câmara colocava à aprovação dos serviços centrais do Estado.
As obras de construção decorrem então entre abril de 1951 e maio de 1952, sendo ainda sujeitas a algumas alterações e trabalhos a mais que, por questões higiénicas, se justificam. Após recepção definitiva da obra, a Câmara Municipal da Vila de Castro Marim pôde finalmente abrir ao público o novo mercado, a 24 de março de 1953.
Segundo uma nota de impressa, do site da CMCM, encontra-se desde 2015 instalado no edifício um Posto de Turismo da Região de Turismo do Algarve (RTA).
Notas
O local de implantação do edifício, a sul da Rua de São Sebastião, via de acesso ao núcleo mais antigo, foi escolhido pelos serviços técnicos da seção de Faro da DSUS que visitaram o local para o efeito. A obra coincidiu com o arranque das obras de construção da rede de abastecimento de água da vila, pelo qual seria um equipamento logo ligado à futura rede pública. A proximidade ao Forte de São Sebastião mantém o edifício protegido pela respetiva ZEP do monumento.
As dimensões e composição do mercado municipal são determinadas com base nos elementos demográficos e económicos da localidade. Do ponto de vista arquitetónico há o cuidado de projetar um edifício com “um certo cunho regional”. É dotado de amplas aberturas com grelhagens que facilitam a iluminação e o arejamento do espaço das bancas de venda e das lojas projetadas para o interior. Ainda assim com um custo acima das possibilidades da Câmara Municipal de Castro Marim, o projeto é revisto o que não só resulta na redução da área do mercado como na substituição da cobertura em laje de betão armado por telhado de quatro águas.
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Ubicación
Estado y Utilización
Para citar este trabajo:
Arquitectura Aqui (2024) Posto de Turismo, Castro Marim. Accedido en 21/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/edificios-y-conjuntos/2462/posto-de-turismo-castro-marim