O Polidesportivo do Centro Cultural Casa da Cruz foi inicialmente construído, em data que não foi possível averiguar, com o apoio dos associados da instituição - quer através das suas quotas, quer pela sua participação ativa na construção. De acordo com um ofício do Centro Cultural, este seria o único polidesportivo existente no concelho de Lousada, em 1983.

Desde setembro de 1983 e ao longo de 1984, a direção do Centro Cultural Casa da Cruz procurou várias formas de financiamento estatal para a construção de uma cobertura e de balneários de apoio ao polidesportivo existente. O primeiro pedido de comparticipação foi feito ao Ministério das Obras Públicas, em setembro de 1983. Em fevereiro e maio do ano seguinte, o Centro Cultural solicitou um subsídio de 400.000$00 ao Ministério da Cultura, sustentando o pedido no facto de o polidesportivo não só apoiar as atividades desportivas do concelho e de onze escolas do ensino primário, mas também desenvolver atividades culturais, ligadas ao folclore local, música, teatro, “além de outras atividades que direta ou indiretamente digam respeito à situação geográfica deste concelho”. O parecer da Direção-Geral de Ação Cultural sobre o pedido indica que o polidesportivo não vinha a ser utilizado para albergar atividades socioculturais mas que, ainda assim, se propunha a concessão de um subsídio de 300.000$00, “considerando que esse propósito venha a ser concretizado e respeitado”.

Data de dezembro de 1984 um primeiro projeto para o Pavilhão Gimnodesportivo do Centro Cultural da Casa da Cruz, elaborado no Gabinete de Apoio Técnico ao Agrupamento de Concelhos do Vale do Sousa, Rui César Cunha por pedido da Câmara Municipal de Lousada, que consistia num estudo de melhoramento e cobertura do recinto de jogos de salão existente. No entanto, em abril de 1985, o Centro Cultural Casa da Cruz submeteu outro projeto, de autoria do arquiteto Rui Fernando Malheiro de Magalhães Brochado, à apreciação das entidades competentes. Este contemplava a construção de um centro desportivo no mesmo local das instalações existentes e a sua memória descritiva descrevia a sua necessidade: a associação passava então por uma fase de crescimento e desenvolvimento, mas “tem trabalhado em precárias condições de instalações, quer a nível de espaço, quer quanto ao estado de conservação e salubridade dessas mesmas instalações”, entre as quais se inclui um Campo de Jogos deteriorado e ao ar livre, balneários com caráter provisório e uma “pequena ‘sede’ que não passa de um exíguo ‘bar’ sem o mínimo de espaço para proporcionar aos responsáveis pela coletividade as indispensáveis condições de trabalho e aos seus associados um digno local de convívio e encontro”.

Este último projeto mereceu parecer favorável dos Serviços Técnicos de Obras da Câmara Municipal de Lousada, mas vários reparos pela Direção de Equipamento do Distrito do Porto, da Direção-Geral do Equipamento Regional e Urbano, e pelos Serviços Técnicos da Divisão de Urbanização, Engenharia e Arquitetura Desportiva da Direção-Geral dos Desportos. Finalmente, em fevereiro de 1987, a Direção de Serviços de Estudos e Planeamento Territorial da Direção-Geral do Ordenamento do Território emitiu um parecer desfavorável. De acordo com o parecer, já tinha sido aprovado um anteprojeto para um pequeno edifício para atividades culturais e recreativas, tendo agora o Centro Cultural resolvido “alterar drasticamente o programa, pretendendo agora uma obra de muito mais dimensão e com uma desenvolvida componente desportiva, contendo até um pavilhão Gimnodesportivo com bancada”. Salientando “que se julga a conceção arquitetónica muito modesta para um empreendimento já de certa envergadura”, o parecer indicava que deveria ser apresentado um novo estudo prévio.

O edifício existente no local em 2024 apresenta características muito próximas deste último projeto. Desconhece-se a data da sua conclusão.

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