Edifício da Sociedade Filarmónica Recreio e União Alhosvedrense, Alhos Vedros, Moita
A Sociedade Filarmónica Recreio e União Alhosvedrense, conhecida como A Velhinha, uma entidade de utilidade pública fundada em 1869, está instalada num edifício construído e ampliado em três momentos distintos. A coletividade saiu da sede original, localizada na Rua Cândido dos Reis em Alhos Vedros, aquando da conclusão do novo edifício em 1932, cuja construção foi custeada com recurso à organização de largadas de touros. No entanto, na década de 1950 considerou-se essencial construir novas instalações para a coletividade visto que as instalações se revelavam exíguas para o número crescente de associados, tendo então sido criada uma comissão de obras. À data, era considerada como uma coletividade relevante para o desenvolvimento cultural da população local. Integrava a banda filarmónica e possuía biblioteca.
Em 1966, a coletividade endereçou um pedido de comparticipação financeira ao Ministério das Obras Públicas para a realização das novas instalações, projetadas pelo arquiteto Luís Marçal Grilo. O terreno pertencia à sociedade filarmónica, que vinha angariando fundos para o efeito há alguns anos. O anteprojeto, seguindo o programa fornecido pela coletividade, previa a demolição do edifício existente para construir novas instalações em duas fases. A primeira fase correspondia ao pavilhão desportivo e recreativo (na altura mencionado como salão de recreio) – pretendia-se, então, dar início a esta vertente, possibilitando a prática de várias modalidades. O mesmo arquiteto foi responsável pela elaboração do projeto relativo a essa fase. A fase de construção seguinte envolvia o corpo destinado a substituir a sede existente. A construção do pavilhão recebeu comparticipação financeira do Estado através do Fundo de Desemprego, tendo sido iniciada em 1973 e concluída no ano seguinte. A documentação revela que no final dos anos 80 o pavilhão desportivo não era apenas utilizado pelos sócios, mas também pela população e pelos alunos da escola secundária de Alhos Vedros. Embora o uso para atividades desportivas seja preponderante, o pavilhão também foi palco de bailes e de celebrações como casamentos. Conforme recordam testemunhos recolhidos na coletividade, foi a necessidade de fazer face às dívidas contraídas para executar o pavilhão que levaram a que se desenvolvesse a atividade que em 2025 continua a ser a principal: o carnaval.
A proposta para a segunda fase da obra apenas foi apresentada no início da década de 1980, quando pavilhão desportivo se encontrava em pleno funcionamento. Previa-se para a sede um edifício adjacente ao pavilhão, com 3 pisos, que para além de salas para a direção, reuniões e secretaria comportaria um bar, a biblioteca e um salão para palestras e visualização de filmes. Apesar da previsão de inclusão da obra no PIDDAC de 1988, foi necessário reformular o projeto devido a exigências de manutenção do edifício original da coletividade para preservação da arquitetura local. Assim, a solução passou a consistir na ampliação em altura do existente, projetada pelo arquiteto José Amaral em 1988. A obra foi consignada à firma Pereira e Sancho, Lda., contando com comparticipação através do Orçamento de Estado, mas apenas teve início em 1990. A inauguração ocorreu volvidos 3 anos. O crescimento demográfico de Alhos Vedros na década de 1980 justificou a construção, conforme relatam testemunhos locais.
Para mais detalhes, consultar a secção Momentos-chave abaixo.
Análisis
O edifício ocupa uma posição central no tecido urbano, e serve de sede a uma coletividade com longa história e profundamente enraizada na vida social, cultural e desportiva de Alhos Vedros, conhecida pelas suas atividades culturais para além das fronteiras da freguesia – assume prestígio no campo desportivo e na organização do corso de carnaval, mantendo vivas tradições e um espírito de comunidade que cimenta a existência da Sociedade Filarmónica Recreio e União Alhsovedrense.
As instalações da Sociedade Filarmónica Recreio e União Alhosvedrense localizam-se numa zona central e histórica da freguesia de Alhos Vedros. Para além da importância da atividade enquanto coletividade com fins culturais desde a fundação, as instalações destacam-se por congregarem vários momentos da arquitetura portuguesa do século XX.
O edifício primitivo construído na década de 1930, onde ainda funciona o bar e que albergava também um salão onde se realizavam bailes, antes de no início dos anos 90 ter sido ampliado em altura com um volume paralelepipédico, contrastante pela simplicidade das fachadas revestidas a pedra, cujo ritmo dos vãos é quebrado pela configuração das janelas alinhadas com o frontão decorado do edifício primitivo. Esta ampliação planeada no final dos anos 80 criou, também, a entrada principal “no vértice do cruzamento das duas fachadas para controlar o fluxo de utilização do edifício”, conforme exposto na memória descritiva. Nas traseiras deste corpo foi implantado um pavilhão gimnodesportivo nos anos 70, desenvolvido em dois pisos, incluindo também zona com palco para espetáculos.
Momentos-clave (clique abajo para más detalle)
Ubicación
R. Dom Dinis de Ataíde 31, Alhos Vedros
Estado y Utilización
Materiales y Tecnologías
Documentación
A informação constante desta página foi redigida por Ana Mehnert Pascoal, em novembro de 2025, com base em fontes documentais.
Se tem alguma memória ou informação relacionados com esta obra, por favor envie-nos o seu contributo.
Para citar este trabajo:
Ana Mehnert Pascoal para Arquitectura Aqui (2025) Edifício da Sociedade Filarmónica Recreio e União Alhosvedrense, Alhos Vedros, Moita. Accedido en 16/12/2025, en https://arquitecturaaqui.eu/es/edificios-y-conjuntos/66041/edificio-da-sociedade-filarmonica-recreio-e-uniao-alhosvedrense-alhos-vedros-moita










































