O Ginásio Atlético Clube, coletividade fundada em 1938 – a mais antiga da Baixa da Banheira, tomou a iniciativa de construir a sua sede nos finais da década de 1940, através da aquisição dos primeiros lotes de terreno, aumentada em meados da década seguinte.

Em 1956, a coletividade submeteu um projeto assinado por um desenhador – que, segundo informação na página do movimento associativo da Baixa da Banheira, é da autoria do primeiro presidente da direção, José Pedro Nunes – à Direção-Geral dos Serviços de Urbanização para obter uma comparticipação financeira do Estado para a construção. Nessa altura, as obras já tinham sido iniciadas, contando com o empenho dos associados, tanto na construção, como no fornecimento de materiais. No entanto, a construção foi suspensa, dado que o projeto não cumpriu as exigências dos avaliadores, que instaram a que o estudo fosse realizado por um técnico competente: referiu-se que o edifício não possibilitaria a prática desportiva e apenas se destinaria a bailes e reuniões, o que não se coadunava com os fins da coletividade, para além de frisarem aspetos deficitários quando à concepção das instalações. De facto, o Ginásio Atlético Clube iniciara funções incluindo atividades ligadas à música (como a banda, a marca popular e a escola de solfejo) e pretendia dinamizar atividades desportivas.

Assim, o projeto, aproveitando a estrutura já levantada, veio a ser reformulado com assistência da Direção dos Serviços de Melhoramentos Urbanos, concretamente pelo arquiteto Ferrão de Oliveira. Sofreu algumas alterações a pedido da coletividade, como, por exemplo, o aproveitamento do terraço para instalação de uma sala de aulas para os filhos dos sócios e o aumento do pé direito do palco. Veio a ser concedida comparticipação financeira através do Fundo de Desemprego, a partir de 1958. A construção por fases, iniciada em abril de 1959, foi realizada por administração direta, contando com a mão-de-obra graciosa dos sócios. As obras decorreram lentamente, conforme registado em 1963, devido às dificuldades financeiras do Ginásio Atlético Clube em fazer face ao avultado orçamento. Em 1968 terão sido concluídos os acabamentos, após ter sido anulado o saldo ainda existente da comparticipação estatal.

A coletividade foi declarada Pessoa Coletiva de Utilidade Pública na década de 1980, numa altura em que possuía aproximadamente 3.500 sócios. Mantinha atividades educativas, a biblioteca, e um conjunto diversificado de atividades desportivas destinadas a várias faixas etárias. Nesse momento, a direção planeou a construção de um pequeno pavilhão desportivo para libertar o salão de festas – cuja primeira utilização nos anos 60 fora um baile de carnaval –, que passaria a servir como espaço polivalente e sessões de teatro e cinema.

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