Bairro Primeiro de Maio, CovilhãBairro do Pinhal do Gaiteiro
Em 1980, a firma GARTE - Gabinete Técnico Comercial SARL, de Tomar, apresentou uma proposta para fornecer 10 casas pré-fabricadas para realojamento dos inquilinos de prédios expropriados na EN 230 - Fonte das Galinhas, na Rua Marquês de Ávila e Bolama. Em função das obras viárias realizadas nestas vias, a Junta Autónoma de Estradas foi obrigada a providenciar novas habitações para realojar as famílias que habitavam os edifícios expropriados e demolidos. A solução encontrada foi implantar um conjunto de 10 casas pré-fabricadas em uma área remanescente entre o Estádio Municipal e os terrenos da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã. Em 1985, as casas já apresentavam sinais de degradação que comprometiam sua habitabilidade, o que obrigou a Câmara Municipal da Covilhã a realizar obras de reparação dos telhados e de algumas paredes em madeira, que foram substituídas por alvenaria de tijolo, ainda que as casas continuassem a pertencer à JAE.
Notas
O Bairro Primeiro de Maio é um exemplo que resiste dos conjuntos de casas pré-fabricadas que se multiplicaram pelo território nacional depois do 25 de Abril para acolher desalojados, ainda que as casas tenham sido constantemente reparadas ao longo destas cinco décadas de existência do bairro. Se, em outras localidades, muitos dos bairros de casas pré-fabricadas foram construídos para abrigar os retornados das antigas colónias no âmbito das ações da Comissão para o Alojamento de Refugiados (CAR) , neste caso o conjunto recebeu famílias desalojadas por obras de infraestrutura realizadas no interior do concelho. De qualquer forma, trata-se de um caso representativo de um modo de produção apoiado na indústria que se desenvolveu no período e de solução temporária convertida em assentamento definitivo.
De acordo com Miguel Santiago, professor de desenho urbano na Universidade da Beira Interior [informação apresentada durante o colóquio das Jornadas Europeias do Património de 2023], este bairro tem apenas dez habitações, de tipologia mínima e estética elementar.
O conjunto é composto por 10 moradias isoladas pré-fabricadas em madeira, implantadas em torno da Rua do Sítio do Pinho do Gaiteiro e situa-se nos limites ocidentais da cidade da Covilhã, nos contrafortes da Serra da Estrela. Faz parte de um conjunto de projetos de habitação social que inclui o Bairro Municipal, o Bairro do Património dos Pobres e o Bairro da Biquinha, exemplos de tempos e iniciativas diferentes.
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Ubicación
Estado y Utilización
Documentación
A informação constante desta página foi coligida por Diego Inglez de Souza, em setembro de 2023, e por Ivonne Herrera Pineda em abril de 2024, e foi reunida através de fontes documentais e bibliográficas e dos diversos contributos e testemunhos que pudemos recolher na Covilhã. Conta ainda com a preciosa informação partilhada por Miguel Santiago e pelos vários participantes do colóquio sobre habitação operária, realizado como parte das Jornadas Europeias do Património da Covilhã, em setembro de 2023, com a colaboração do Arquivo Municipal de Covilhã, a Biblioteca Municipal de Covilhã, e a Santa Casa da Misericórdia de Covilhã.
Para citar este trabajo:
Arquitectura Aqui (2024) Bairro Primeiro de Maio, Covilhã. Accedido en 21/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/edificios-y-conjuntos/813/bairro-primeiro-de-maio-covilha