Instalações da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) - Polo de AbrantesEdifício do Gabinete de Apoio Técnico (GAT) de Abrantes
O Gabinete de Apoio Técnico aos Municípios de Abrantes, Constância, Gavião, Mação, Ponte de Sor, Sardoal foi criado em março de 1976, no âmbito do decreto-lei n.º 58/76, de 23 de janeiro de 1976, e formalizado pelo decreto-lei n.º 58/79, de 29 de março de 1979.
No momento da sua criação, o Gabinete de Apoio Técnico foi instalado em parte do Convento de S. Domingos, em Abrantes, tendo aí permanecido durante alguns anos, até que, em 1980, a Câmara Municipal de Abrantes desenvolveu um projeto de reconversão do edifício para fins socioculturais, tendo então colocado um terreno à disposição do Gabinete para a construção de novas instalações. No mesmo ano, o próprio Gabinete de Apoio Técnico elaborou o projeto para um edifício, a construir de raiz, na chamada Encosta da Barata.
Em janeiro de 1981, a Câmara Municipal solicitava já ao Gabinete que desocupasse as suas instalações no antigo Convento. O novo edifício ainda não estaria concluído - embora se desconheça se estaria pronto para ser provisoriamente ocupado -, datando o início da segunda fase de trabalhos da sua construção de novembro de 1983.
Notes
Projetado pelos seus futuros utilizadores, o edifício do Gabinete de Apoio Técnico de Abrantes destaca-se pela atenção dada à sua funcionalidade, que se percebe na organização dos seus espaços interiores, no desenho dos seus alçados e nos materiais utilizados.
A documentação que acompanha e apoia os projetos é de interesse particular, plasmando no seu próprio edifício as preocupações e modos de trabalho do Gabinete. Um dos projetos encontrados, por exemplo, é acompanhado por cópias de referências de organização de interiores em espaços de escritório e por um “Estudo das Actividades e suas Exigências Técnico/Funcionais” - documento que contém esquemas das necessidades de iluminação, acústica, agentes atmosféricos e poluentes, higrotermia, privacidade e exigência de serviço para diferentes atividades praticadas no contexto do trabalho no Gabinete. Noutro exemplo - a memória descritiva do anteprojeto, de 1980 -, a secção referente à localização faz considerações amplas sobre o fenómeno de urbanização em Portugal e a falta de planeamento, dos quais se considera resultar um terreno pouco apropriado à construção do novo edifício.
O edifício construído para o Gabinete de Apoio Técnico de Abrantes (GAT) situa-se a nascente do núcleo urbano de Abrantes, numa zona cuja urbanização se foi desenvolvendo durante a década de 1980 e foi em grande parte impulsionada pela construção de edifícios públicos e de um grande empreendimento habitacional. O edifício do GAT (que funcionava, em 2024, como instalações do polo de Abrantes da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT)) encontra-se, assim, na proximidade de um edifício do Ministério da Agricultura, de uma escola básica, do novo edifício dos bombeiros municipais e do edifício, mais recente, do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Toda esta área se desenvolve num declive mais ou menos acentuado; o edifício do GAT adapta-se ao desnível do terreno através da de sucessivas plataformas, desenhando-se nestas as diferentes entradas para o edifício ou espaços ajardinados que o enquadram e separam das ruas envolventes. O volume do edifício assume um piso na sua face sul e dois na sua face norte, sendo os seus alçados marcados por amplos vãos de vidro escurecido - contrastante com as paredes brancas e com a cobertura, que, projetando-se aproximadamente um metro em todo o seu perímetro, aparenta elevar-se sobre o edifício pela introdução de vãos contínuos entre esta e as paredes.
No interior, o desnível do terreno traduz-se na introdução de meios pisos, ou planos diferenciados. Um único bloco de comunicações verticais faz a ligação entre o que era originalmente a garagem e os restantes pisos, fazendo um acesso direto entre o espaço de entrada e serviços administrativos associados e a sala de trabalho.
O desenho da sala de trabalho, que ocupa integralmente o piso superior, é amplamente justificado na memória descritiva e justificativa das diferentes fases do projeto, tendo sido “fruto dos estudos preliminares de ocupação de espaços e do tipo de organização de trabalho propostos no programa inicialmente elaborado em conjunto”. Esta zona desenvolve-se a duas cotas: numa cota inferior, e com pé direito mais elevado, organiza-se a sala de desenho num plano livre, com painéis divisórios baixos a definir os espaços de acordo com a especialidade dos técnicos: arquitetura, estabilidade, águas e esgotos, entre outras. A uma cota mais elevada, com um pé direito mais baixo, encontram-se diversos espaços de apoio: sala de reuniões, biblioteca, arquivos e alguns gabinetes destinados a técnicos superiores.
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Location
Status & Uses
A informação constante desta página foi redigida por Catarina Ruivo, em setembro de 2024, com base em diferentes fontes documentais.
To quote this work:
Arquitectura Aqui (2024) Instalações da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) - Polo de Abrantes. Accessed on 21/11/2024, in https://arquitecturaaqui.eu/en/buildings-ensembles/31548/instalacoes-da-comunidade-intermunicipal-do-medio-tejo-cimt-polo-de-abrantes