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Sines

Posicionada numa situação geográfica de grande vantagem, num cabo elevado no Alentejo litoral, Sines remata, a Sul, o extenso areal que parte desde a foz do rio Sado. Este cabo forma uma baía protegida dos ventos norte que tornou o local propício à ocupação humana desde tempos remotos - como se pode comprovar nas estações arqueológicas da Palmeirinha, Quitéria ou Pessegueiro - e ao desenvolvimento de uma comunidade maioritariamente piscatória que se manteve como parte expressiva da economia do território até ao século XX.

Na primeira metade do século findo, tiveram grande impacto na sociedade do concelho as indústrias corticeira e conserveira. Dadas as condições de navegação favoráveis da baía, Sines veio-se afirmando também como ponto fulcral de escoamento da produção do resto do território alentejano interior, que era posteriormente transportada de barco. Estes encontros entre as dinâmicas económicas da terra com o mar têm como testemunho, junto do seu (entretanto extinto) ramal da linha de caminhos de ferro, um conjunto de três edifícios relacionados à distribuição e armazenamento de cereais dos extintos Grémio da Lavoura de Sines e Federação Nacional de Produtores de Trigo.

Com o deflagrar das Grandes Guerras Mundiais, a economia de Sines abranda e o investimento público na (então) vila, começa a imaginar outros futuros. A ancestral atividade piscatória é apoiada com a criação do Bairro de Casas para Pescadores mas, no processo de promoção dos Sanitários Públicos dos Penedos, é já contemplada a crescente população flutuante proveniente do turismo. Apesar dos tempos adversos, a população quase duplicou na primeira metade do século passado, o que levou ainda ao desenvolvimento de equipamentos que amparassem esta alteração demográfica, como o Mercado Municipal, que se havia tornado insustentável no seu funcionamento anterior (em bancas provisórias ao ar livre).

A partir de 1970, com a fundação do Gabinete de Sines, assiste-se a um período de conflitos na gestão territorial da comunidade quando, sob a égide do desenvolvimento e progresso, é imposto a esta comunidade o Porto Industrial de Sines, introduzindo dinâmicas complexas de governação do território, estabelecendo indústrias pesadas e trazendo um grande acréscimo populacional. Como agravante, a crise do petróleo de 1973 e o colapso do porto de abrigo em 1978 ter-se-ão mostrado como um “tropeção” neste projeto. Não obstante, foi da confluência do Gabinete com o poder autárquico local que surgiram alguns importantes equipamentos de grande escala na cidade, como o complexo desportivo da cidade, formado pelo Estádio Vasco da Gama e pelo Pavilhão dos Desportos, ou o Quartel dos Bombeiros Voluntários de Sines. O descontentamento e prejuízos provocados junto da população levaram a que, no rescaldo do 25 de Abril, se estabelecessem fortes iniciativas populares, tendo as comissões de moradores sido particularmente ativas, até para além do PREC, como pode ser constatado na construção dos Salões do Povo do Paiol e Foros da Pouca Farinha, ou no edifício da Sociedade Musical União e Recreio Sport Sineense.

Esta comunidade encontra-se em estudo. Se tem alguma memória ou informação relacionados com esta comunidade, por favor envie-nos o seu contributo.

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Former Distrito (PT)
SetúbalFormer Distrito (PT)

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To quote this work:

Arquitectura Aqui (2024) Sines. Accessed on 18/01/2025, in https://arquitecturaaqui.eu/en/communities/36348/sines

This work has received funding from the European Research Council (ERC) under the European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement No. 949686 - ReARQ.IB) and from Portuguese national funds through FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., in the cadre of the research project ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).