Montemor-o-Novo
Apesar da grande relevância política que teve durante os séculos XV e XVI (dada a sua proximidade a Évora), e militar no século XIX (aquando da invasão francesa), a comunidade de Montemor-o-Novo chega ao século XX predominantemente alicerçada numa economia agrícola constituída pela exploração de vastos latifúndios cuja mais valia se manifesta mais afirmadamente entre as elites urbanas do concelho.
É notável o paralelo entre a dimensão das instituições religiosas que se fixaram na antiga povoação intramuralhas ao longo da sua história e os vários equipamentos de grande escala que pontuam a cidade no século XX, como o Hospital São João de Deus, o Teatro Curvo Semedo ou a Sociedade Antiga Filarmónica Montemorense "Carlista". Simultaneamente, também fora da urbe algumas explorações agrícolas atingiam tais dimensões (quase feudais) que espoletavam a necessidade de infraestruturas próprias, desconectadas de qualquer povoação orgânica, como terá sido o caso da Escola Primária de Colónias (atualmente desativada).
Numa via híbrida, podemos ainda encontrar um momento de intersecção entre
as realidades urbana e rural, nos Armazéns da EPAC à
saída da cidade, também revestidos de uma aura (e escala) monástica reforçando a administração centralizada e urbana dos espólios rurais.
Perante esta realidade, Montemor-o-Novo constituiu-se, naturalmente, como terreno fértil para uma reforma agrária flamejante: estando o seu território circunscrito na Zona de Intervenção da Reforma Agrária (ZIRA) proliferaram Unidades de Produção Coletiva. O espírito desse curto período, entre 1974 e 1977 (até à Lei Barreto que veio frenar o processo da reforma), criou no território uma outra forma de gerir o equipamento coletivo, já não de forma tão institucional, centralizada e impositiva como até aí, mas fazendo florescer outras formas de coletividade e até mesmo um olhar diferenciado sobre o território.
São exemplos desta abordagem social e territorial diferenciada, num contexto mais rural, o Polo Associativo e Multiusos de Santiago de Escoural, a Cooperativa Agrícola de Consumo de Cabrelas, o Centro Cultural Recreativo e Desportivo de Cortiçadas de Lavre e o Centro Cultural de Foros de Vale de Figueira, ou em contexto urbano, a Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas Montemor-o-Novo e o Lar dos Pequeninos.
Equipamiento de la comunidad
Ubicación
Documentación
Aceda aqui à página da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo.
Recursos
Esta comunidade foi estudada por João Cardim entre 2023 e 2024. A informação-síntese constante desta página foi redigida por Leandro Arez em março de 2025.
Para citar este trabajo:
João Cardim e Leandro Arez para Arquitectura Aqui (2025) Montemor-o-Novo. Accedido en 06/09/2025, en https://arquitecturaaqui.eu/es/comunidades/15879/montemor-o-novo