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Casa do Povo de Vila Franca, Distrito de Viana do Castelo

Conjunto de documentação textual referente a inspeções realizadas à Casa do Povo de Vila Franca, em Viana do Castelo.

Si tiene alguna memoria o información relacionada con este registro, por favor envíenos su contributo.

Identificación

Tipo de Expediente
Relatórios de InspeçõesTipo de Expediente
CorrespondenciaTipo de Expediente
Designación del Expediente
Casa do Povo de Vila Franca, Distrito de Viana do Castelo
Años Inicio-Final
1953-1961
Ubicación Referida

Análisis

Primera Fecha Registrada Expediente
1952.10.17
Última Fecha Registrada Expediente
1961.10.14
Proyecto de Arquitectura (Autoría)
Hernâni Nunes Arquiteto 1959Persona
Síntesis de Lectura

1952.10.17 - Relatório de inspeção à Casa do Povo de Vila Franca, elaborado pelo Subinspetor dos Organismos Corporativos (IOC), Alberto Dias Póvoa.

A Casa do Povo de Vila Franca foi fundada em 1943, abrangendo as Freguesias de Vila Franca e Subportela. Estas são freguesias de urbanização dispersa, “mas as distancias relativas entre os diversos povoados são pequenas e em caso algum excedem quatro quilómetros”. As duas freguesias têm mais de 2.000 habitantes e a Casa do Povo tem 604 membros.

Quanto à sede, escreve-se que “a situação é a pior possível”, devido à falta de casas na zona. Descreve-se que “a Casa do Povo tem a sede num autêntico pardieiro, de acesso difícil, situado no interior de um quintal e afastado dos principais aglomerados humanos das duas freguesias”. Tem funcionado no mesmo lugar um posto de ensino, num espaço muito pequeno. No entanto, a Casa do Povo já possui um terreno junto à Igreja matriz e aguarda comparticipação do Estado e subsídio do Fundo Comum para construir a sua sede. Entretanto, todos podem utilizar o terreno “por ocasião das festas típicas de Vila Franca, onde há um reservatório de ricas manifestações folclóricas entre as quais se destaca a tão interessante Festa das Rosas”.

Sem uma sede “em condições”, a Casa do Povo tem atuado apenas no campo da previdência e assistência, e “não lhe tem sido possível afirmar-se aos olhos de muita gente (…) como entidade de fins múltiplos cuja resultante é acima de tudo a melhoria geral das condições de vida”. No entanto, afirma-se “que todos trabalharam pelo menos durante um dia, gratuitamente, para nivelar o terreno e que a Casa do Povo acaba de conquistar toda a gente”.

1959.11.18 - Relatório de inspeção à Casa do Povo de Vila Franca, elaborado pelo Subinspetor da IOC, Armando Martins Cominho.

A sede da Casa do Povo encontra-se praticamente concluída: é “um bom e amplo edifício, talvez demasiado grandioso para o meio”. Falta ainda o mobiliário, para o qual a Casa do Povo não dispõe de fundos, e sem o qual o edifício não será inaugurado. Para a obra, foram concedidos comparticipações e subsídios no total de 350.948$00, faltando ainda pagar 12.763$60 pelo Comissariado do Desemprego. A Casa do Povo despendeu 330.233$00, para além de 17.000$00 pelo terreno, dos quais faltam ainda liquidar cerca de 27.000$00. O arquiteto, Hernâni Nunes, “oficiou recentemente a Casa do Povo, pedindo o pagamento duma importância a que, segundo parece, não tem direito”, por não ter fiscalizado a construção. Refere-se ainda que o secretário da direção foi “o único obreiro da nova sede, construída por administração directa”.

A construção do edifício-sede concentrou todos os esforços da Casa da Povo, tendo-se descurado quase por completo a ação social: “Se é verdade que para a Casa do Povo poder desenvolver cabalmente a sua missão é imprescindível uma sede - sem esta a própria designação de Casa do Povo é destituída de significado - não é menos certo que o imóvel só por si nada representa desde que se não dispense aos trabalhadores a protecção e o amparo de que eles tanto carecem”. No campo da assistência, a Casa do Povo tem concedido apenas - e raramente - subsídios por morte e invalidez.

1961.10.14 - Relatório de inspeção à Casa do Povo de Vila Franca, elaborado pelo Subinspetor da IOC, Fernando Salvador Coelho.

A nova sede da Casa do Povo ainda não foi inaugurada solenemente. Faltam ainda as obras de ligação dos sanitários e de abastecimento de água, assim como algumas obras de terraplanagem e de arranjo do espaço em torno do edifício-sede, “que se encontra em estado de arranjo verdadeiramente lamentável”. A obra recebeu 225.711$00 do Fundo Comum e 125.236$40 do Comissariado do Desemprego. Em finais de 1960 a Junta Central das Casas do Povo (JCCP) concedeu um subsídio de 25.000$00 para a aquisição de mobiliário, tendo os móveis sido adquiridos em 1961.

Em termos de previdência e assistência, a Casa do povo apenas cumpre plenamente com a assistência médica (dois dias por semana na Casa do Povo e todos os dias na residência do médico) e subsídios de invalidez.

Quanto à função recreativa, educativa e de fomento local, a Casa do Povo tem concedido livros aos filhos dos sócios e mantém uma equipa de futebol.

Para citar este trabajo:

Arquitectura Aqui (2024) Casa do Povo de Vila Franca, Distrito de Viana do Castelo. Accedido en 22/11/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/expedientes/46618/casa-do-povo-de-vila-franca-distrito-de-viana-do-castelo

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).