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Conversa grupal em Penamacor

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Conversa grupal em Penamacor
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Conversa com Francisco Abreu (responsável pelo Museu Municipal de Penamacor e professor na Academia Sénior de Penamacor), a sua esposa Manuela (pessoa com grande interesse no património cultural e histórico de Penamacor), Jolon (José Lopes Nunes, jornalista local fotógrafo de Penamacor), e os alunos da Academia Sénior de Penamacor: Manuel Robalo, Luísa e outras duas pessoas. Conversa grupal mantida com as investigadoras Ivonne Herrera Pineda e Ana Mehnert Pascoal no café do jardim.

Agradecemos a todas as pessoas presentes a sua participação neste encontro e a sua disponibilidade para partilharem as suas experiências. Um agradecimento especial a Francisco Abreu, por ter organizado esta conversa de tanto interesse para o nosso estudo.

Casa do Povo

O pai de Manuel Robalo, que foi militar -Major Robalo- foi presidente da Casa do Povo depois de 1975, durante c. 10 anos (até 1985).

Manuel Robalo salienta dois contributos do seu pai: a possibilidade para os agricultores se reformarem, e por outro lado, a reforma dos interiores e ampliação da Casa do Povo (cozinha, terraço). Major Robalo fez uma campanha para que os agricultores se tornassem sócios da Casa do Povo para poderem beneficiar de reforma. Estas medidas só se impuseram depois da revolução, antes do 25 de abril era obrigatório ser sócio da Casa do Povo, mas quase sem nenhum benefício. Só depois do 25 de abril é que houve o direito de ter reforma. Manuela Abreu recorda-se de a avó dizer com orgulho que era reformada da Casa do Povo.

Segundo Manuel Robalo, o seu pai, Major Robalo, teve um papel importante no apoio aos jovens nessa altura. Lembra-se que cedia salas para se organizarem e fazerem diversas atividades.

Algumas pessoas lembram-se do CEAFI, que era um clube de estudos de ovnis que funcionou na Casa do Povo. Também falam do rancho folclórico, que hoje funciona na cave, mas ensaia no salão. Nessa altura foi criado um jornal chamado “A Verdade”. Também se criou uma escola de música, de grande importância porque fez angariação de jovens num momento em que era necessário revitalizar a Casa do Povo com maior atividade. Para participar era necessário ser sócio, no caso de menores, eram os pais que tinham de ser sócios. No período pós-revolução, a Casa do Povo era também um espaço de encontro, onde se reuniam para ver televisão.

Manuel Robalo participou na intervenção política no pós-25 de abril, na altura da vinda do MFA em junho.

Algumas pessoas lembram-se que após o 25 de abril realizaram-se comícios políticos na Casa do Povo. Após a revolução, funcionou a Segurança Social no piso de baixo.

Segundo Jolon, no tempo da ditadura era obrigatório ser associado, mas as regalias, como atenção médica eram notavelmente poucas. Também segundo Jolon, após a saída do major Robalo da presidência, a Casa do Povo ficou inativa.

Jolon também salienta que depois do 25 de abril a Casa do Povo entrou numa etapa de decadência. Ele esteve envolvido na redinamização da Casa do Povo com novas atividades como a escola de música. Por último, lembra-se que também se fazia a inspeção militar no edifício da Casa do Povo.

Francisco Abreu refere que na Casa do Povo fazia-se o famoso “baile dos finalistas” e o “baile dos quintanistas”, e que havia certa rivalidade entre eles.

Francisco salienta que a Casa do Povo sempre esteve disponível para as pessoas: faziam-se festas, teatros, declamação de poesia, etc. Por exemplo, várias pessoas lembram-se de celebrar a festa de casamento na Casa do Povo. Jolon diz que para os jovens da época [anos 70] “foi fantástico”. Relativamente à acessibilidade, Manuela salienta que o acesso à Casa do Povo constitui uma dificuldade para algumas pessoas por causa da subida no acesso.

Externato de Nossa Senhora do Incenso

Segundo uma das pessoas presentes nesta conversa, “a obra foi feita pelo Lourenço" [informação incompleta]

De acordo com vários participantes da conversa, a construção foi realizada com peditórios e donativos de privados, incentivados pelo Padre Batista.


A recolha e incorporação do testemunho oral foi elaborada por Ivonne Herrera Pineda e Ana Mehnert Pascoal, com base numa conversa grupal mantida em maio de 2024.

Para citar este trabajo:

Arquitectura Aqui (2024) Conversa grupal em Penamacor. Accedido en 03/12/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/documentacion/notas-de-observacion-o-conversacion/47541/conversa-grupal-em-penamacor

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).