Em 1968, a Câmara Municipal de Faro (CMF) encarrega João Ramires Fernandes, arquiteto municipal, da elaboração do projeto de arquitetura para a construção de um pequeno aglomerado de seis moradias a construir na Praia de Faro, a sul da Avenida Nascente e próximo do final da zona urbanizada, destinada aos nadadores salvadores da praia, e respetivas famílias.

O conjunto das seis moradias foi adaptado do projeto tipo EHXXII - 3/3/68, ao qual o arquiteto acrescentou "na frente de cada casa um pátio parcialmente coberto por uma pérgola; (...) [e] nas traseiras uma pequena pérgola destina[da] a abrigar uma zona de serviço exterior". 

Geminadas e com as fachadas desalinhadas entre si, as seis casas térreas apresentam a típica cobertura plana em terraço à qual se acede por meio de uma escada que contorna o pátio fronteiro de cada habitação. Cada uma das casas é constituída por dois quartos, sala comum e cozinha aberta, instalação sanitária, arrecadação sob a escada e dois pequenos pátios. A construção deste conjunto habitacional foi orçamentado no valor aproximado de 286.500$00 esc.. A construção terá sido comparticipada pelo Estado, embora a documentação, até ao momento recolhida, seja inconclusiva. 

João Borges, morador na Praia de Faro há largos anos, conta-nos: 

Estas casas são muito próximas da minha e lembro-me muito bem da sua construção e utilização. Ficou conhecido como as casas dos banheiros mas efetivamente só a primeira da direita é que era utilizada pelos banheiros não como residência mas como apoio e até dispunha de um pequeno posto de enfermagem. Inclusivamente o primeiro lugar de estacionamento era destinado a uma ambulância que nos dias de mais movimentos estava lá sempre estacionada. 

As outras casas foram sempre habitação de empregados da câmara que trabalhavam na praia. Hoje duas delas ainda estão ocupadas por 2 funcionários da câmara, já reformados, uma terceira por um descendente, uma outra está desocupada (...) e as restantes duas foram entregues a duas famílias cujas habitações foram demolidas na zona da Barrinha.

Este conjunto, embora apresente algumas estruturas adossadas principalmente nas traseiras das casas que ampliam o seu espaço interior, mantém a composição original intacta o que permite uma leitura e apreciação fácil do conjunto.