O edifício da escola primária de Cachopo constitui a sede de um dos sete núcleos escolares definidos no Mapa Definitivo das Obras de Escolas Primárias (Plano dos Centenários, 1943) para a freguesia rural de Cachopo. A sua zona de influência abrangia os lugares de Carcavaia, Casa Nova, Cinceisa, Currais, Estevais, Monte do Lobo, Monte Sequeira, Vale João Farto e Vale de Odre e, para as crianças destes montes circunvizinhos, esteve prevista, desde o início, a construção de um edifício de duas salas, uma para cada género, tendo para o efeito entradas separadas.

O processo para a construção da escola teve início em 1955, entre as entidades da Direção do Distrito Escolar de Faro (DDEF), na alçada da Direção-Geral do Ensino Primário, a Delegação para as Obras de Construções Escolares Primárias (DOCEP), na alçada da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais – ambas com atuações bem definidas em matéria de execução do Plano dos Centenários – e a Câmara Municipal de Tavira (CMT), a quem muitas vezes pouco mais competia que a identificação e aquisição do terreno a aprovar superiormente para a implantação do futuro edifício escolar. 

A escola, construída em 1958, corresponde ao tipo Rural  - que resultou da primeira atualização do Plano em1955 –, é composta por duas salas, geminadas e por entradas independentes. Localiza-se a norte do núcleo habitacional, em zona de topografia acidentada e foi, originalmente, implantada a meio de um terreno privado adquirido pela CMT para a construção da escola. A falta de outra opção terá levado a contorna-se uma das premissas impostas por lei para a escolha do local. Terrenos acidentados obrigavam a maiores custos, nomeadamente com a contenção dos solos e a construção de muros de recreio mais robustos. 

Em 1960, câmara e antigo proprietário queixavam-se: “os terrenos respetivos foram adquiridos e o edifício já se encontra concluído, sem que até ao momento se estudasse a sua ligação com as vias existentes…”; “o proprietário do terreno indicado [para o acesso] já o cede gratuitamente, desde que o façam em linha reta…”, o que demonstra que muitas vezes os proprietários rurais não tinham poder de dispor do que era seu quando a questão era a vontade do Estado. 

Esta escola continua em funcionamento, tendo sofrido obras de ampliação entre 1987-89.