Posto de Turismo de Salir, Espiga – Artesanato e Sabores de Salir e Associação In Loco – Centro Brito de Carvalho, LouléEscola Primária de Salir, Loulé
A construção da escola primária de Salir esteve prevista no Programa de Construções Escolares de 1945, que estipulava a edificação de uma escola de duas salas gémeas destinada a servir a população escolar da freguesia, embora o processo só tenha efetivamente arrancado no ano seguinte (III Fase do Programa). A Câmara Municipal de Loulé (CML) foi responsável pela escolha do terreno e acompanhamento local da obra, enquanto a Delegação para as Obras de Construção de Escolas Primárias (DOCEP) elaborou o projeto e acompanhou a execução.
Após várias revisões do local e dos croquis de implantação, aprovados entre 1946 e 1947, a construção foi entregue ao empreiteiro António José Honrado, que havia arrematado diversas escolas no distrito de Faro. A construção incluiu ainda obras complementares de arranjos exteriores, muro de vedação, abastecimento de água e sistema de esgotos, sob a direção técnica do engenheiro Filipe Martinho da Silva Pera e executadas pelo empreiteiro José Guerreiro Neto. O edifício ficou concluído em 1949 e foi entregue à Câmara em 1950, devidamente mobilado pela firma Albino de Matos, Pereiras & Barros, Lda., de Freamunde, tendo sido oficialmente inaugurada a 27 de abril de 1950, passando a funcionar como escola primária (feminina e masculina) de duas salas.
Com o aumento da população escolar, iniciou-se em 1958 o processo de ampliação do edifício, decidido entre a CML e a DOCEP, optando-se por expandir o edifício existente em vez de construir um novo. A empreitada, integrada na VI Fase do Programa de Construções Escolares, foi adjudicada ao empreiteiro Armando da Silva, de Pechão (Olhão), e consistiu na ampliação de duas para quatro salas de aula distribuída em dois pisos, aproveitando parte da estrutura original. As obras decorreram entre 1959 e 1960, com obras complementares quer no muro de vedação quer no de separação dos sexos na zona do recreio, no sistema de abastecimento de água e na conservação geral.
O Auto de Entrega do edifício ampliado à Câmara Municipal de Loulé foi assinado a 26 de abril de 1960, seguindo-se a Receção Definitiva em 1961, concluindo assim o processo de construção e ampliação da escola primária de Salir, erguida na sede da freguesia.
Recuperado pela CML no edifício funcionam para além do Posto de Turismo local e da sede da Associação In Loco, uma zona de exposições temporárias e zonas de divulgação e venda de produtos tradicionais da região.
Análisis
O antigo edifício escolar de Salir representa um exemplo de como a política educativa do Estado Novo implementou o Plano de Construções de Escolas Primárias elaborado em 1943-45, com vista a dotar o país de edifícios adequados ao ensino primário mas visando sobretudo a economia de recursos financeiros, refletida na construção, e posterior ampliação da escola, somente quando o aumento da população escolar o justificou.
Tem, portanto, a particularidade de se tratar de um edifício de tipologia gémea, inicialmente com duas salas e mais tarde ampliado para quatro salas e dois pisos, mantendo o traço arquitetónico padronizado das escolas primárias da época. Destacam-se ainda as sucessivas intervenções técnicas e complementares — muros, vedação, sistema de águas e mobiliário — que evidenciam o cuidado com a funcionalidade do conjunto.
Partilha características comuns às restantes escolas do Programa de Construções Escolares, até à V Fase (1955), tanto no modelo construtivo como na organização espacial (salas gémeas, recreios separados por sexo e fachada com brasão nacional), seguindo os padrões definidos pela DOCEP em todo o território nacional.
Localiza-se na freguesia de Salir, concelho de Loulé, distrito de Faro, integrando-se geograficamente na rede escolar rural do Algarve. Cronologicamente, insere-se entre as décadas de 1940 e 1960, com construção entre 1946 e 1950 e ampliação entre 1958 e 1961, acompanhando a evolução das necessidades educativas locais.
O edifício escolar de Salir foi construído segundo o projeto-tipo "Alentejo e Algarve" definido no Plano dos Centenários e aplicado na região até à sua revisão em1956. Foi ampliado após esta revisão que criou novos projetos-tipo, mas manteve a tipologia original. Apresenta uma forma simples e funcional, de volumetria regular e organização simétrica, com entradas independentes, espaços distintos mas equivalentes, servidos por áreas comuns e recreios próprios, ditada pela lei de separação dos sexos. Inicialmente com duas salas gémeas, a sua configuração apresentava os típicos remates pontiagudos sobre as entradas.
A função educativa do edifício determinou a sua estrutura, privilegiando a iluminação natural, a ventilação e a acessibilidade, em consonância com as normas higienistas e pedagógicas da época e a economia dos recursos financeiros do Estado. A posterior ampliação para quatro salas e dois pisos, entre 1958 e 1961, manteve o caráter funcional e económico do conjunto, mas eliminou o característico remate da fachada principal, típicos do projeto-tipo original de 1 e/ou 2 salas, adaptando o edifício ao crescimento da população escolar.
No contexto local e nacional, o edifício insere-se num esforço de modernização e uniformização dos equipamentos educativos públicos promovido pelo Estado Novo, refletindo os ideais político e social do Regime.
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Ubicación
Estado y Utilización
A informação constante desta página foi compilada e redigida por Tânia Rodrigues, em outubro de 2024 e em outubro de 2025, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.
Para citar este trabajo:
Tânia Rodrigues para Arquitectura Aqui (2025) Posto de Turismo de Salir, Espiga – Artesanato e Sabores de Salir e Associação In Loco – Centro Brito de Carvalho, Loulé. Accedido en 05/11/2025, en https://arquitecturaaqui.eu/es/edificios-y-conjuntos/23127/posto-de-turismo-de-salir-espiga-artesanato-e-sabores-de-salir-e-associacao-in-loco-centro-brito-de-carvalho-loule


















