O atual Bairro 1.º de Maio, designado Bairro Salazar no período da ditadura do Estado Novo, foi construído no âmbito do programa destinado a prover habitação a famílias carenciadas. A sua construção foi promovida por iniciativa da Câmara Municipal de Penamacor, tendo recebido comparticipação financeira estatal pelo Fundo de Desemprego. As obras foram concluídas no ano de 1956. O projeto seguiu o modelo tipo B do programa de Casas para as Classes Pobres, delineado pelo arquiteto Ruy da Silveira Borges da Direção-Geral dos Serviços de Urbanização.

No início da década de 1980, perante a necessidade de habitação na sede de concelho, foi elaborado um esboço para reconversão deste bairro municipal - que se encontrava degradado - pelo Fundo de Fomento da Habitação (FFH). Nessa altura, as casas eram arrendadas pelo município. No caso de os edifícios serem recuperáveis, poderiam ser concedidos empréstimos através do Programa para a Recuperação de Imóveis Degradados (PRID); se tal não se verificasse, planeava-se a sua demolição, com construção de sete blocos de vários pisos no local, através de promoção direta do FFH, de promoção camarária com apoios do FFH e também por iniciativa privada. Chegou a ser realizado um estudo para estes blocos pelo arquiteto urbanista da Câmara Municipal de Penamacor, António Latino Tavares. Estas ideias não tiveram concretização, dado que o programa de promoção direta do FFH cessou em 1982, e Penamacor não ter sido selecionado para o programa de financiamento do Fundo de Apoio ao Investimento para a Habitação em 1983. Sabe-se que apenas nos inícios anos 90 se concretizaram os desígnios de dotar a vila com habitação social, com a construção de casas nas ruas da Serra e de S. Domingos.