Reguengos de Monsaraz
Reguengos de Monsaraz é um município alentejano do distrito de Évora, confrontando com o concelho de Montemor-o Novo a sul e com o distrito de Setúbal nas restantes direções. Tem uma extensão de 464 km2 e uma população de 5 769 habitantes (segundo Censos de 2021).
Apesar da fundação do povoamento se apontar para a fortificação de Monsaraz, o desenvolvimento populacional periférico extravasou o da comunidade muralhada, tornando-se a povoação vizinha, de Reguengos, a cabeça de concelho no século XIX, período em que a exploração de lanifícios e reorganização das terras da Casa de Bragança espoletou a exploração vinícola e levou a um período de grande desenvoltura económica para Reguengos.
É notável ao percorrer a povoação a consequência desta prosperidade no ambiente construído, como é o caso da Igreja Paroquial de Santo António no centro da vila, de feições elaboradamente neo-góticas, consideravelmente distintas de outras igrejas alentejanas.
A vila foi alvo de estudo urbano entre finais da década de 40 e 50 do século XX, mas já tinha sido alvo de investimento por parte do estado central desde, pelo menos, os meados dos anos 30, como se poderá verificar no pitoresco Edifício dos Correios, Telégrafos e Telefones (CTT).
Entre as décadas de 50 e 60 do século XX, proliferaram pelo território ações de construção de escolas sob o programa do Plano dos Centenários, como o caso da Escola Primária da Cumeada, bastante divulgada pela sua reutilização enquanto observatório astronómico, mas mutas outras, frequentemente ainda com usos relativos ao ensino, como o Centro Escolar de Reguengos de Monsaraz, a EB1/JI de Campinho ou a EB1 de São Marcos do Campo.
Em contraste com as anteriores intervenções, também merece destaque o edifício do Mercado Municipal de Reguengos de Monsaraz que, sem reservas, se apresenta numa linguagem de ousada modernidade (para o contexto) e cujo recinto exterior é flanqueado por uma "arcada" abobadada reminiscente dos espaços comercias laterais da moderníssima Estação Rodoviária de Beja.
A longeva exploração vinícola da região, bem como os desenvolvimentos do território envolvente, nomeadamente a barragem do Alqueva, têm dado ao turismo um crescente peso na economia da região (nomeadamente com as vertentes de enoturismo ou turismo rural em antigas quintas vinícolas). Para isto contribuiu a administração do território, desde os tempos da monarquia, enquanto reguengo (território diretamente sob administração régia) da Casa de Bragança, que terá permitido a manutenção de grandes parcelas de terreno ainda muito presentes no século XX, então alienadas da monarquia, sob a forma de latifúndios através dos quais o Estado Novo articulava a gestão de grande parte deste território. Nesse sentido podemos notar a data tardia em que surge a fundação da Adega Cooperativa de Reguengos de Monsaraz, tendo em conta que a maior parte da produção vinícola da região é detida por grandes empreendimentos e não por pequenos agricultores cooperantes.
Ainda assim, após o 25 de Abril, começam a ser apoiada uma extensa qualificação social do território e das populações mais isoladas em iniciativas ao longo da década de 80, como o Lavadouro Público de Campinho, o Edifício-Sede da Junta de Freguesia de Campo ou o Centro de Convívio e Posto Médico Social, Outeiro. Ainda que tendo evadido o estudo do projeto, releva-se o caso de Santo António do Baldio em que esforços populares se reuniram no sentido de qualificar a vida coletiva dessa população, conforme documento dos arquivos RTP.
Equipamiento de la comunidad
Ubicación
Documentación
Aceda aqui à página do Município de Reguengos de Monsaraz.
Aceda aqui à página do Arquivo Municipal de Reguengos de Monsaraz.
Recursos
Esta comunidade foi estudada por João Cardim entre 2023 e 2024. A informação-síntese constante desta página foi redigida por Leandro Arez em março de 2025.
Para citar este trabajo:
João Cardim e Leandro Arez para Arquitectura Aqui (2025) Reguengos de Monsaraz. Accedido en 06/09/2025, en https://arquitecturaaqui.eu/es/comunidades/@id/19641