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Escola Básica, Luz de Tavira, TaviraEscola Primária da Igreja-Luz, Tavira

O edifício da escola primária da Igreja - Luz constitui a sede de um dos três núcleos escolares definidos no Mapa Definitivo das Obras de Escolas Primárias (Plano dos Centenários, 1943) para a freguesia de Luz de Tavira.

No âmbito do Plano dos Centenários, executado no concelho de Tavira, esta foi a escola cujo processo de construção mais de arrastou no tempo. Em 1943, esteve previsto a construção de um edifício de duas salas para uma área de influência que abrangia as localidades de Arroio, Campina, Palmeira e Pinheiro, situação que manteve-se inalterada até 1967 quando o processo de construir uma escola nova foi retomado apenas dois anos antes. Pese embora já em outubro de 1959 a Câmara Municipal de Tavira (CMT) pedisse a inclusão, no Programa de Construções Escolares, de dois edifícios com duas salas cada a construir na sede da freguesia da Luz destinada a cerca de 108 a 120 alunos, ao que a Direção do Distrito Escolar de Faro (DDEF) informa que a sua direção-geral determinou "em face do número de recenseados e matriculados" a construção de apenas um edifício escolar, constituído com três salas o qual possa vir a ser ampliado até quatro salas. A câmara mantém o parecer de que são necessários dois edifícios, o que leva o MEN a decidir-se então pela construção de um edifício mas com as quatro salas pretendidas pela CMT – “por despacho de S. Ex.ª o MOP de 1 do corrente [1960] foi autorizada a inclusão no programa de trabalhos em curso das obras de construção de um edifício escolar com quatro salas para o núcleo da Igreja-Luz…”.

Quando finalmente arranca o processo para a sua construção da nova escola é escolhido um terreno a norte do núcleo urbano, mas a câmara encontra no seu proprietário forte resistência e nenhuma abertura para negociar uma possível aquisição, tendo este chegado mesmo a apelar diretamente ao Ministro das Obras Públicas:

“Senhor Ministro. É tão pequena a propriedade do signatário e tanta importância tem ela para o seu agregado familiar, de que é o único sustentáculo, que qualquer parcela, ainda que por muito pequena, que venha a ser-lhe expropriada representa um grave golpe desferido na estabilidade económica do seu lar e uma ameaça no menos grave a descansada velhice a que resignatário e a sua mulher têm direito e pela qual lutaram, sem descanso, toda a vida (…). O signatário por tudo que teve a honra de expor a Alta apresentação de Vossa Excelência, ousa rogar-lhe se digne Vossa Excelência determinar que seja respeitada a propriedade dele, que é o seu único amparo, ordenando se providencie no sentido de dar à escola a construir outra localização.”

São então iniciadas averiguações junto das entidades locais.  Para formular um parecer sobre a situação, o presidente da junta de freguesia da Luz, a quem é solicitado que intervenha, recolhe, junto das pessoas idosas e idóneas da localidade, elementos que ajudem a fundamentar a sua apreciação. Todo o procedimento fará, naturalmente, atrasar o início da obra. 

Sendo a construção da escola uma das maiores ambições dos fregueses da Luz de Tavira, que queriam ver substituído o velho edifício arruinado onde funcionava a escola, as enumeras suplicas do proprietário não tiveram eco no ministério que aprovou a implantação do edifício em maio de 1967. 

No final desse ano, proprietário e câmara, ainda não haviam chegado a acordo sobre a aquisição da parcela de terreno necessária para a construção da escola, cuja dimensão tinha, entretanto, sido atualizada para uma área aproximada de 1800 m2 para permitir a construção de um edifício agora  com dois pisos, com quatro salas – gémeo, destinado a cerca de meia centena de crianças da freguesia.

Encontrando-se num impasse, a câmara solicita, por intermédio da Seção do Sul da DOCEP, a expropriação litigiosa, declarando-se a utilidade pública do terreno em questão, o que veio a acontecer por despacho do diretor-geral da DGEMN, datado de 16 de maio de 1968. O processo, no entanto, só ficou concluído com a transferência de propriedade do terreno para a posse da CMT por despacho no juiz da Comarca de Tavira, que fez cumprir o superiormente determinado, a 20 de fevereiro de 1970.

Si tiene alguna memoria o información relacionada con este registro, por favor envíenos su contributo.

Identificación

Descriptores
Comunidad

Ubicación

Sitio
Luz de Tavira
Morada
Rua João Levante
Distrito Histórico (PT)
FaroDistrito Histórico (PT)
Contexto
PeriurbanoContexto

Estado y Utilización

Estado
ConstruidoEstado del Edifício o Conjunto
Uso Inicial
Propietario

CronologÍa de Actividades

Actividades 4

Descripción Breve

Importancia, Particularidades, Similaridades, Posición Relativa (Geografía y Cronologia)

Entre a proposta do Plano dos Centenários, de 1943, e o arranque do processo de construção da escolha primária na sede da freguesia da Luz passaram-se mais de duas décadas, o que levou à alteração do projeto inicialmente proposto - um edifício de duas salas, gémeo - para um novo projeto a construir numa área de cerca de 1800 m2 - um edifício de dois pisos, quatro salas, gémeo -, em resultado do aumento demográfico que a freguesia sofreu. 

Análisis Compuesta de Forma, Función y Relación con el Contexto

Edifício de dois pisos, quatro salas justapostas, gémeo, com entradas separadas e localizadas em extremos opostos do edifício, apresentando-se salas e os dois vestíbulos integrados num volume único de fachada corrida e cobertura de duas água. O edifício é dotado de pátio coberto na tardoz, entretanto fechado. 

Com orientação a sul, o conjunto foi implantado no limite norte do núcleo e confina de gaveto com a Rua João Levante e um caminho público. 

Recursos

A informação constante desta página foi redigida por Tânia Rodrigues, em julho de 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas.

Para citar este trabajo:

Arquitectura Aqui (2024) Escola Básica, Luz de Tavira, Tavira. Accedido en 19/09/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/edificios-y-conjuntos/18400/escola-basica-luz-de-tavira-tavira

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).