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Mercado, Edifício Multiusos, Galveias, Ponte de SorPosto de Abastecimento de Galveias, Ponte de Sor

Apesar da reduzida expressão populacional do aglomerado, com caraterísticas rurais, e da prática dominante que se verificava à época ser a de autoabastecimento – em que a criação caseira e o economato familiar supriam o abastecimento coletivo – a Câmara Municipal de Ponte de Sor levou a cabo a construção de um mercado na freguesia de Galveias. A construção deste equipamento tinha sobretudo em vista a ordenação e centralização dos produtos alimentares produzidos pela população, que beneficiariam as condições de higiene e de espaço – já que os estabelecimentos de venda de produtos alimentares no território eram escassos e apresentavam instalações precárias. 

Tanto quanto a documentação recolhida e analisada permite compreender, o processo iniciou-se em 1967 com a visita da 6.ª Zona de Urbanização e Arquitetura à freguesia de Galveias para apreciar o terreno onde o mercado se viria a construir – numa zona de futura expansão do aglomerado –, que dá origem à abertura de um processo provisório na Repartição de Melhoramentos Urbanos. 

Nesse sentido, como forma de proceder ao pedido formal de comparticipação do Estado para a construção do mercado, um anteprojeto é elaborado em novembro de 1968 pelo Arq. José Maria Soares Borrego, tendo em vista um equipamento que funcionasse com a autonomia necessária e correspondesse à não necessidade de funcionamento diário de todas as suas instalações – atendendo às já referidas características do aglomerado. 

Em março de 1969, é aberto o processo definitivo e, após parecer de diversos serviços, entre os quais a Direção de Melhoramentos Urbanos e a Direção-Geral de Saúde, em junho de 1970 é elaborado o projeto do mercado, enquanto desenvolvimento do anterior anteprojeto. Da autoria do mesmo arquiteto, este é aprovado meses mais tarde e dá origem ao projeto definitivo, elaborado em 1971 – que viria a ser aprovado em agosto de 1974. Nesse mesmo ano, é autorizada uma comparticipação no valor de 1.400.000$00, através do Orçamento Geral do Estado, pelo Ministério do Equipamento Social e Ambiente - contudo o projeto não viria a ser executado.

Dessa forma, dadas as dificuldades financeiras da Câmara Municipal de Ponte de Sor, em dezembro de 1975 é elaborado um novo projeto definitivo, da autoria do Arq. Jaime Dias de Azevedo, atendendo à venda do terreno inicialmente previsto por parte do município – que entendia não reunir as condições adequadas – e ao elevado custo do anterior projeto. É então apresentado à Direção-Geral dos Serviços de Urbanização o novo projeto, mais modesto, em 1976, e, após parecer positivo de diversos serviços, o projeto é aprovado em dezembro do mesmo ano. Uma nova comparticipação, no valor de 2.575.000$00 é autorizada por despacho ministerial em novembro de 1977.

A empreitada é adjudicada por concurso limitado, em junho de 1978, a António Francisco Rosa pelo valor de 3.813.295$00. Meses mais tarde, em novembro, os trabalhos são iniciados, no entanto não temos informação quanto à data da sua conclusão.

Após um longo período de desuso e abandono, o Mercado de Galveias funciona atualmente [20214] como um espaço polivalente, multiusos, fruto de uma recente intervenção de reabilitação e requalificação levada a cabo pelo Município de Ponte de Sor, inaugurada em outubro de 2023, com o objetivo de tornar este equipamento um novo polo de desenvolvimento – com capacidade para eventos culturais, recreativos ou desportivos.

Si tiene alguna memoria o información relacionada con este registro, por favor envíenos su contributo.

Identificación

Comunidad

Ubicación

Morada
Rua Manuel Félix Seixas
Distrito Histórico (PT)
PortalegreDistrito Histórico (PT)
Contexto
InteriorContexto
UrbanoContexto

Estado y Utilización

Estado
Parcialmente ConstruídoEstado del Edifício o Conjunto
Uso Inicial
Otros Usos
Usuario

CronologÍa de Actividades

Actividades

Descripción Breve

Análisis Compuesta de Forma, Función y Relación con el Contexto

O antigo Mercado de Galveias localiza-se numa zona inicialmente prevista como zona de expansão urbanística do aglomerado rural, no extremo Norte, bem servida de acessos. 

Com um programa que se desenvolvia inicialmente corpo e piso únicos, o mercado contava com quatro zonas distintas: zona de bancas de venda (legumes, frutas, carne, peixe e outros produtos), zona de matadouro de aves, zona de fiscal e taxas e instalações sanitárias. Ocupando uma área total superior a 870m2, os acessos foram pensados de forma a garantir a sua independência.

Com uma planta em 'T' orientada a poente, o projeto contava, neste extremo poente, com uma entrada principal, a norte, junto à qual se localizavam as instalações sanitárias masculinas e femininas e um vestiário feminino - destinado provavelmente às vendedoras do mercado, que seriam maioritariamente mulheres. Ainda nesta secção, ficavam localizadas a zona de bancas de venda de peixe e a zona de bancas de venda de carne (e respetivas zonas de apoio à preparação dos produtos) devidamente delimitadas e definidas, bem como uma entrada de serviço - articulados através de um corredor de circulação.

Este corredor estava aberto à zona central do edifício que se desenvolvia em torno da venda de legumes, frutas e outros produtos (também com respetivas zonas de apoio à preparação de produtos), formando dois corredores de circulação com bancas laterais e bancas centrais. No extremo nascente, localizavam-se as instalações de administração e apoio (arrecadação, aluguer de balanças, e dependência de fiel e taxas), bem como uma entrada de serviço e uma zona destina a matadouro de aves e venda de produtos sobrantes. O edifício contava ainda com espaços livres envolventes destinados ao estacionamento automóvel e a cargas e descargas.

O conjunto marcava-se pela simplicidade, com vista à sua integração no conjunto das arquitetura existentes no aglomerado - destacando-se os vãos que recortam os alçados, de forma a assegurar a iluminação e ventilação naturais. A cobertura, em duas águas, destacava-se pelo ligeiro desnível verificado ao nível da interseção central dos planos de cobertura que, através da colocação de um envidraçado, permitia igualmente a iluminação natural do espaço. 

Atualmente [2024] o mercado resulta de um projeto de reabilitação e requalificação do anterior edifício, que levou à construção de um novo corpo, a norte, e novas dependências. Esta intervenção levou à alteração do programa e esquema funcional originais - adaptando-o a um espaço multiusos - mantendo a estrutura original do equipamento, que subsiste de forma harmoniosa. Recentemente inagurado, em 2023, o novo edifício é designado por "O Mercado - Espaço Multiusos" e destina-se à realização de eventos culturais, recreativos e desportivos.

Materiales y Tecnologías

Estrutura
Hormigón ArmadoMateriales Construción
Construción
TelhaMateriales Construción
Albañilería de LadrilloMateriales Construción
BetãoMateriales Construción
Acabado y Decoración
Baldosa cerámicaMateriales Construción
AzulejoMateriales Construción
Argamassa de cimento e areiaMateriales Construción
PedraMateriales Construción

Fórum

A informação constante desta página foi redigida por Tiago Candeias, em abril de 2024, com base em diferentes fontes documentais e bibliográficas. 

Para citar este trabajo:

Arquitectura Aqui (2024) Mercado, Edifício Multiusos, Galveias, Ponte de Sor. Accedido en 19/09/2024, en https://arquitecturaaqui.eu/es/edificios-y-conjuntos/19913/mercado-edificio-multiusos-galveias-ponte-de-sor

Este trabajo ha sido financiado por European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) y por fondos nacionales portugueses por intermedio de FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., en el contexto del proyecto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).