O edifício que alberga, em 2024, a sede da Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sado em Alcácer do Sal foi construído para este efeito no início da década de 1970, embora com outras valências para além desta. O investimento na "construção da sede [que o] Grémio da Lavoura de Alcácer do Sal pretende levar a efeito em comparticipação com a Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sado e com a Cooperativa Agrícola da mesma área" foi autorizado em agosto de 1971 pela Inspeção dos Organismos Corporativos (IOC), segundo documentação desta entidade.

Entre as circunstâncias consideradas justificativas do empreendimento – que contou também com o apoio da Delegação de Setúbal do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência (INTP), para quem "a presença de um Grémio da Lavoura bem instalado e operante é (...) objectivo desejável e conveniente" –, os serviços da IOC tiveram em conta "designadamente:

– As más condições de instalação actuais do Grémio e a sua dispersão, factos que não permitem servir eficientemente a massa associativa.

– A eliminação do encargo anual de 30 600$00, correspondente ao aluguer da sede actual.

– A beneficiação resultante dos futuros pagamentos por parte da Cooperativa do Crédito Agrícola Mútuo e da Federação Nacional dos Produtores de Trigo que, conforme se diz no processo virão a utilizar algumas dependências da sede que se projecta construir.

– A perspectiva de um subsídio a conceder por intermédio da Direção-Geral dos Serviços Agrícolas, do qual, no entanto, não se conhece ainda o quantitativo.

– A promessa da concessão de um empréstimo da Junta de Colonização Interna [JCI], cujo montante será determinado logo que haja conhecimento do custo da obra resultante do concurso da adjudicação."

O referido empréstimo da JCI, a conceder ao abrigo da Lei de Melhoramentos Agrícolas (1946), terá permitido a realização do empreendimento, segundo projeto do arquiteto Maurício Trindade Chagas datado, também, de 1971.