A ideia inicial de construir um edifício para o Tribunal Judicial de Alijó data de meados da década de 1940, momento em que se planeava o desenvolvimento urbano da vila através do seu plano de urbanização (encomendado a Cassiano Barbosa entre 1941 e 1947) e da construção de equipamentos centrais, fruto da iniciativa e conjugação de esforços de diferentes entidades. Entre estes contam-se o Mercado Municipal, o Hospital da Santa Casa da Misericórdia, o edifício dos CTT e o Externato Liceal, de iniciativa particular, ou ainda o Cine-Teatro da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Alijó.

Embora a maior parte destes projetos tenha vindo a materializar-se em processos longos que resultaram em que a construção de vários dos edifícios se estendesse até à década de 1980, o projeto para o Tribunal integrou-se numa segunda fase de desenvolvimento dos equipamentos públicos e sociais da vila, após um primeiro esforço na década de 1930.

O próprio edifício do Tribunal não foi construído até várias décadas após a encomenda do seu primeiro anteprojeto ao arquiteto Cassiano Barbosa, em 1947. O edifício então projetado, orçamentado pelo arquiteto em 805.455$00, inseria-se no mesmo terreno onde se encontra hoje o Tribunal, com forma de meio semicírculo e uma fachada principal amplamente envidraçada. Após a emissão de um parecer desfavorável pelo Ministério das Finanças, em 1948, onde se indicavam várias deficiências relativas à organização interna do projeto, este parece ter sido abandonado.

Uma década mais tarde, encontra-se um novo anteprojeto, com autoria do arquiteto Francisco Augusto Batista. Nesta altura, em 1960, o terreno para construção do Tribunal já tinha sido, em parte, adquirido pela Câmara Municipal. O novo edifício projetado, orçamentado primeiro em 4.300.000$00 e, depois de reprovação pelo Ministro das Obras Públicas, 3.593.500$00, correspondia já, em linhas gerais, ao Tribunal que se encontra hoje em Alijó.