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Penamacor

O concelho raiano de Penamacor está situado no extremo Noroeste da Beira Baixa, no distrito histórico de Castelo Branco. É limitado a Norte pelo concelho de Sabugal, a Sul pelo de Idanha-a-Nova, a Oeste pelo do Fundão e a Leste pela Extremadura espanhola. É paisagisticamente diversificado por se encontrar em zona de transição entre o planalto da Guarda e a planície de Castelo Branco: zona montanhosa a Norte (integra a reserva natural da Serra da Malcata) e zona relativamente plana a Sul pontuada por relevos.

O concelho é composto por nove freguesias: Águas, Aldeia do Bispo e Aldeia de João Pires (União de Freguesias); Bemposta e Pedrógão (União de Freguesias); Aranhas; Benquerença; Meimoa; Meimão; Penamacor; Salvador; Vale da Senhora da Póvoa. Um dos problemas que se verifica no concelho respeita aos acessos e à ausência de transportes, nomeadamente de comboio, o que dificulta as deslocações e tem contribuído para o isolamento.

O concelho, situado no distrito de Castelo Branco, ocupa uma extensão de 564 km2. Possuía, em 2022, 4745 habitantes (dados do INE), correspondendo a uma densidade populacional de 8,5 habitantes/km2. Assinala-se um decréscimo populacional contínuo desde a década de 1950, decorrente de fluxos migratórios (emigração e migrações internas para litoral), com consequente fenómeno de despovoamento e progressivo envelhecimento da estrutura etária. Apesar da construção do Bairro para Famílias Pobres, os planos para construção de habitação de primeira necessidade em Penamacor não se concretizaram até à década de 90. Embora haja dificuldade de fixar habitantes - sobretudo população jovem- devido às parcas oportunidades de emprego -, na última década, Penamacor tem vindo a ser destino de população internacional, proveniente de diversas partes do mundo, que se fixa tanto na vila como em quintas dispersas pelas freguesias. Existe também uma relevante comunidade judaica. Por outro lado, salienta-se a estreita ligação mantida com Espanha.

O setor produtivo está sobretudo ligado aos recursos locais naturais, sendo a exploração agroflorestal o sector económico mais relevante, nomeadamente a produção de cortiça e azeitona e a pecuária. Historicamente, a agricultura constituía a principal fonte de rendimento da população. A indústria cinge-se, praticamente, à transformação dos produtos agrícolas e à extração de madeiras. A maior empresa do concelho confecciona embalagens de plástico. O comércio revela-se pouco competitivo face aos centros urbanos mais próximos, tendo entrado em declínio nas últimas décadas; há alguma expressão no ramo da restauração e do setor da construção civil para o emprego. O mercado municipal constitui um dos edifícios mais destacados da segunda metade do século XX; atualmente apenas integra algumas lojas, espelhando a evolução do comércio de produtos alimentares neste território. A valorização e simultânea modernização de tradições locais atesta-se, por exemplo, no Madeiro realizado na altura do Natal, que tem ganhado interesse turístico.

O Plano de Urbanização delineado pelo arquiteto José de Almeida Segurado em 1959 não teve concretização. Porém, verificou-se investimento em equipamentos públicos nas décadas de 1950 e 1960, com a construção de edifícios ligados à segurança como o posto da Polícia de Segurança Pública, o posto da Guarda Fiscal e o posto da Guarda Nacional Republicana. Os Correios receberam um edifício próprio já no final dos anos 70, altura em que se avançou na construção da primeira fase do Quartel dos Bombeiros Voluntários. Na década seguinte, houve investimento na dotação de edifícios próprios para as juntas de freguesia do concelho, como no caso de Meimoa, Pedrogão de São Pedro, Bemposta e Salvador.

A construção da Casa do Povo, que se mantém nos dias de hoje como um importante centro comunitário e cultural, supriu necessidades de assistência médica e de convívio sentidas no século passado.

Embora o investimento público na rede de escolas primárias se tenha feito sentir no concelho – casos de Aldeia do Bispo, Aldeia de João Pires, Meimoa, entre outras –, a implantação do Externato de Nossa Senhora do Incenso partiu de uma iniciativa privada. Um edifício pré-fabricado da década de 1980 procurou dar resposta à reforma do ensino obrigatório. A centralização do ensino na sede do concelho levou a que as escolas primárias das freguesias tenham perdido essa função.

Se tem alguma memória ou informação relacionada com este registo, por favor envie-nos o seu contributo.

Equipamento da comunidade

Obras 29

Localização

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Localização
Distrito Histórico (PT)
Castelo BrancoDistrito Histórico (PT)

Documentação

Registos e Leituras 6

A informação constante desta página foi redigida por Ana Mehnert Pascoal em 2024, a partir de fontes documentais e bibliográficas.

O estudo desta comunidade beneficiou do importante e generoso contributo de Francisco Abreu, António Gil, José Lopes Nunes, Manuela Abreu e de um conjunto de pessoas que permanecem anónimas, a quem muito agradecemos. 

Para citar este trabalho:

Arquitectura Aqui (2024) Penamacor. Acedido em 03/12/2024, em https://arquitecturaaqui.eu/comunidades/21070/penamacor

Este trabalho foi financiado pelo European Research Council (ERC) – European Union’s Horizon 2020 Research and Innovation Programme (Grant Agreement 949686 – ReARQ.IB) e por fundos nacionais portugueses através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto ArchNeed – The Architecture of Need: Community Facilities in Portugal 1945-1985 (PTDC/ART-DAQ/6510/2020).